Significando o espaço comum em lugar

por Suguimoto Arquitetura

 

 

Projeto proposto para uma família de 3 pessoas: marido, esposa e filho pequeno.

 

A entrada social do apartamento é como uma antessala, que prepara o morador ou visitante para entrar na casa. O forro bem baixo, as paredes mais escuras e a iluminação focada, intensificam o efeito de quando se adentra na sala maior. A percepção é de uma amplitude maior ao adentrar num espaço mais aberto e mais claro, com o pé direito mais alto e a iluminação abundante. À esquerda e à direita, dois cantinhos de estar são criados com poltronas para leitura e conversa reservada, que por estarem protegidos por paredes, promovem mais aconchego, domínio da sala toda e sensação de segurança.

 

O living, mais aberto, é configurado como área social, pensando em festas, recepção de amigos e familiares. Com o sofá modelo de ilha, tem-se acesso por todos os lados, portanto, maior circulação e visão livre. O projeto luminotécnico também visou promover orientação intuitiva, através da técnica de wayfinding.

 

Na sala de jantar, embora seja costume denotarmos autoridade às posições de cabeceira da mesa retangular, essas são anuladas por conta de que as cadeiras das pontas têm menos visibilidade e controle do espaço. A ideia é evitar na casa configurações de opressão e, em contrapartida, promover espírito de união entre os 3 familiares. Então sugerimos que no diadia eles se sentem em triângulo (um na ponta, e dois opostos na mesa) – a comunicação será mais democrática!  O espelho atrás dessa mesa vem para compensar a posição daquele que se sentar de costas para a sala de estar, para que ele tenha controle e visão do que acontece nos outros ambientes, trazendo sensação de segurança.

 

A cozinha aberta à sala de jantar e estar, sugere comunicação e interação entre todos. Porém, é possível que a isole com as portas de correr devidamente posicionadas.

 

Chegamos então à área íntima da casa. Como um corredor de closet antecede a chegada na suíte máster, a proposta é que esse espaço seja tratado como um espaço de transição entre o que acontece lá fora e o refúgio do casal. Um espelho aplicado de forma a refletir parte da parede decorada do quarto adianta a visão que aguarda o usuário dentro do seu refúgio. Um papel de parede simulando um horizonte ao entardecer, com plantas suspensas e móveis amadeirados, embalando o clima calmo e relaxante que o quarto se propõe a ter.

 

Ao lado da mesa de trabalho, próximo à janela do escritório, foi proposto um espelho para que a pessoa que estiver sentada ali por um longo período possa ver um pedacinho do céu refletido. Então, ao mesmo tempo em que a parede evita as distrações de se sentar diretamente de frente para uma janela, a estratégia do espelho vem como uma sutil intervenção. Não para replicar uma paisagem, mas apenas para que se mantenha ativa a percepção do dia e do clima, com apenas um simples desvio de olhar.

 

Passamos agora pelo quarto de atividades. Aqui a proposta é que ele seja um local íntimo e reservado, o “cantinho da família” (retomando a proposta citada de que queremos promover espírito de união entre os 3 familiares). Ele está previsto para diversão, interação e aconchego. Além disso, a biofilia também foi pensada de ser trazida, através das cores, formas e materiais, visto que eles gostam da praia e do mar. A corda maior é utilizada para medir a altura da criança durante o seu crescimento; a corda menor serve como luminária remetendo a “luz” no sentido de idéia, criatividade e descoberta; o papel de parede degradê traz a percepção do fundo do mar; e o contato com peixinhos nos aquários traz o aprendizado e contato da criança com a natureza e outros seres vivos.

 

 


Equipe:
Alessandra Suguimoto – arquiteta (@alessandrasuguimoto, @suguimoto.arq)
Aline Prado – arquiteta (@arq.alineprado)
Marina Mariante – designer de interiores (@design_for.life)

 

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