Neurociência pesquisa influência da incidência luminosa na capacidade de memorização



A atividade do light designer tem muito a se beneficiar com as descobertas laboratoriais feitas sobre a influência da iluminação nos processos cognitivos humanos. Profissionais que almejam conferir aos seus projetos resultados efetivos, além dos meramente estéticos, devem se atentar a esse tipo de pesquisa.
Ao pensar um projeto luminotécnico tendo como principal componente a interação humana passa-se a atuar pelo viés do neurolighting, nova vertente dos estudos luminotécnicos, que leva em consideração a forma como o cérebro processa o uso da luz, e seus benefícios.
A pesquisa
Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, financiados pelo National Institutes of Health, se dedicaram a entender como a incidência luminosa pode auxiliar na capacidade de aprendizagem. Para isso, os neurocientistas acompanharam o comportamento cerebral de ratos capim-do-Nilo. A escolha por essa espécie foi argumentada pelos cientistas pois esses animais possuem hábitos semelhantes aos dos humanos: são ativos durante o dia e dormem no período da noite.
Metade dos animais foi observada sob luzes artificiais de baixa incidência, simulando o ambiente de um escritório, ou mesmo de um dia nublado de inverno. Já a outra metade foi mantida sob maior incidência luminosa, semelhante a de um dia ensolarado.
A descoberta
Os cientistas notaram que o grupo de animais mantido sob pouca luz desenvolveu uma perda de 30% na capacidade operacional do hipocampo, que é a região do encéfalo responsável pelo aprendizado e memória. Com isso, tiveram desempenho pior em atividades de tarefa espacial, que haviam sido treinados anteriormente.
Os pesquisadores compararam o comprometimento apresentado, semelhante aos de humanos quando não conseguem encontrar o carro em um estacionamento lotado após passarem algumas horas em um shopping ou cinema.
Foi constatado que a redução na iluminação levou a uma diminuição significativa de uma substância cerebral chamada de fator neurotrófico derivado do cérebro. Esse comportamento dificulta a conexão dos neurônios. Com menos conexões sendo feitas, acarreta em menor desempenho no aprendizado e na memória.
Conclusão da pesquisa
Um dos argumentos estabelecidos pelos cientistas é que o aumento da incidência luminosa pode beneficiar diretamente o desempenho cognitivo de idosos, ou mesmo pessoas que apresentam glaucoma, ou outras condições oculares e cerebrais.
Outra constatação foi em relação a ambientes de trabalho que dependem da luz artificial. Eles consideraram fundamental a melhoria da iluminação, seja ela natural ou artificial, como forma de melhorar a memorização e as conexões neurais dos trabalhadores. Quanto melhor iluminado o local, maiores serão os benefícios quanto à produtividade dos profissionais. A pesquisa foi publicada na revista Hippocampus.





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